sábado, junho 13, 2009

- existe amor?

"...e todos esses papéis?
são recordações fiéis
ou mera lembrança da esperança
de te ver voltar de novo?
se em todas essas canções
te chamei nos meus refrões
não tem mais sentido se o seu ouvido
só prestar atenção nos outros"
Será que um grande amor dura pra sempre? Será que o tempo apaga tudo o que se viveu, mesmo que não seja real, como se nada tivesse acontecido?
A vida é tão estranha, às vezes tão falsa e traiçoeira. Dizemos que será eterno, que morreria se não tivesse aquele amor, mas depois tudo parece soar como apenas palavras. O coração toma outro rumo, busca conforto em outro abrigo e esquece de suas juras. Será realmente que existe esse tal amor?
Verdade, mentira, quem seria capaz de saber quando alguém está sendo honesto? Como alguém poderia mentir algo tão profundo, algo que é a força e a vida de outrem. Ser a vida, a capacidade de tornar-se importante a ponto de nunca mais imaginar um mundo sem aquela presença, mesmo que se tenha vivido tanto tempo sem.
Como continuar quando tudo acaba? A força de levantar e continuar pode até existir, mas onde encontrar a motivação para deixar de lado a saudade e a dor? O olhar fica perdido entre o passado e o futuro, novos juramentos são feitos: o de esquecer, o de aceitar. Mais uma vez o coração protesta em meio a sua dor, afinal ele não quer novos juramentos, mas os faz. Cumprir ou não, já não é importante.
O tempo passa, e como passa. As dores não somem, não tem como sumirem, assim como as lembranças aparecem a todos os momentos. A mente vem como tudo começou, até mesmo o momento exato em que tudo se perdeu – quando o amor falou mais alto e a razão desapareceu.
O conto de fadas recheado de suas personagens: príncipe, princesa, bruxas e seres mágicos. Tudo vivendo em perfeita harmonia, na sua gangorra de emoções, dando o sabor que a vida deve ter. Uma história de perfeição, e talvez por culpa dela tudo tenha encontrado um fim. Não existem contos de fadas, provavelmente também não exista amor.
No momento em que cada coração faz esse balanço, cada um se pergunta se teve culpa ou o que deu errado. O que deu errado? Qual foi o meu erro? A tendência obscura de culpar-se pelo fim. As lágrimas que a tanto tempo haviam sido suprimidas, mais uma vez, voltam aparecer e revelam aquele desespero que estava sendo disfarçado com sorrisos e uma falsa paz.
Acabou. Assim poderiam acabar todas as histórias – os romances -, porque deveria ser obrigado acabar para ambas as partes. Não, a vida não é simples nem mesmo gentil, ela prefere que sempre acabe para um. Apenas um não ama mais, apenas um foi capaz de continuar seu caminho e apenas um foi capaz de esquecer.
Esquecer é o desejo de todos que amam e já não tem mais o seu amor. Engana-se quem pensa que o desejo é esquecer a pessoa amada, ninguém consegue desejar isso. No mais intimo de quem sofre, a maior ambição é esquecer a dor, mas nunca quem a provocou.

 
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