quinta-feira, junho 25, 2009

- cansada..

Simplesmente há momentos insuportáveis, que qualquer um daria tudo para pular. Eu preferia, na maior inocencia, apenas verificar o que me aguarda. O passado só não me assusta mais do que a perspectiva do futuro. 'O futuro é feito das escolhas do presente', mas e quando não se tem ideia do que decidir?
São dias como hoje que o mundo poderia explodir, eu realmente não iria lamentar. Há poquissímo tempo li algo perfeito, simplesmente perfeito: dentro de nós existem dois balões, um dentro do outro; o maior é composto de nossos desejos e o menor - dentro do maior - é composto por nossas capacidades. A felicidade é 'medida' pela distancia dos entre os dois balões, quanto menor for, maior será a chance de que seja feliz.
Os meus desejos estão tão exorbitantes assim? Pedir pra ser amada, na forma mais pura, é de fato um pedido impossível? Não há um dia em que eu não me faça essa pergunta. O conto de fadas, realmente é um conto. E assim voltamos para o presente que tanto me assusta. Nada do que eu quero é possível.
Tudo não passa de uma ilusão. A espera de algo que não vem, e que cada vez mais deixa de ser importante. Ou talvez a ilusão seja que tudo esteja deixando de ser importante. Tudo que nasce, morre. Será que vai morrer assim, sem nunca ter sido vivido de verdade?
Palavras sem sentido algum, Meu Deus, do que eu tô falando? Não devo ser normal, porque deixo sentimentos me dominarem. Sem certos sentimentos, certas atitudes, certas coisas.. ah, eu tô cansada disso.. de implorar algo que é natural para todos, menos pra mim.

Eu tô cansada.. cansada.

domingo, junho 14, 2009

- butterfly ...


"..butterfly fly away
butterfly fly away,
got you're wings
now you can stay
take those dreams
and you can make them all come true
butterfly fly away
butterfly fly away.."
Há dias que simplesmente fica impossível nos reconhecer. A imagem refletida no espelho em nada se parece com o que você imagina de si mesmo, de fato, aquele não é você. Esse talvez seja o primeiro sintoma, e justamente aquele que poderia te salvar, é o que cada um ignora.
O tempo passa, e essa sensação é encarcerada no lado mais remoto da alma. A normalidade volta, e pensamentos confusos desaparecem. Aos poucos os comentários começam: todos parecem notar uma mudança visível – seja física ou de personalidade. Mais uma vez essas mudanças não são sentidas, mas todos dizem que estão lá.
Um dia você toma coragem e resolve enfrentar, não os outros, mas sua própria consciência. ”Quem eu sou afinal?” Por dentro nada parece ter mudado, você ainda sente a fraqueza e o medo, o sentimento ainda é ruim.
Entre desespero e a raiva de não compreender, finalmente, você entende. O tempo passou e você amadureceu, hoje já sabe como lidar com suas emoções. Nada mudou, apenas aprendeu a guardar o que tem que ser guardado.
Todos os dias existem pessoas dizendo ‘não acredito que ele foi capaz’, mas com certeza ele sempre fora capaz, apenas aprendeu – com o tempo – a disfarçar o que não deve ser mostrado. Se for bom ou ruim, já não importa, essa é a tal maturidade estúpida e requerida.
Um dia, e sempre acontece, a realidade explode diante dos olhos. Ninguém foge de si mesmo eternamente. Também há uma chance que nesse percurso cada um se encontre, que tenha tempo de transformar um erro em um acerto. A chance de errar e de acertar é a mesma, a diferença é tentar ou não.
Hoje você não se reconhece, não vê o que os outros parecem ver, mas talvez – pense em apenas um talvez – esse seja o caminho para viver.



http://www.youtube.com/watch?v=Fx95y0D64CE

sábado, junho 13, 2009

- existe amor?

"...e todos esses papéis?
são recordações fiéis
ou mera lembrança da esperança
de te ver voltar de novo?
se em todas essas canções
te chamei nos meus refrões
não tem mais sentido se o seu ouvido
só prestar atenção nos outros"
Será que um grande amor dura pra sempre? Será que o tempo apaga tudo o que se viveu, mesmo que não seja real, como se nada tivesse acontecido?
A vida é tão estranha, às vezes tão falsa e traiçoeira. Dizemos que será eterno, que morreria se não tivesse aquele amor, mas depois tudo parece soar como apenas palavras. O coração toma outro rumo, busca conforto em outro abrigo e esquece de suas juras. Será realmente que existe esse tal amor?
Verdade, mentira, quem seria capaz de saber quando alguém está sendo honesto? Como alguém poderia mentir algo tão profundo, algo que é a força e a vida de outrem. Ser a vida, a capacidade de tornar-se importante a ponto de nunca mais imaginar um mundo sem aquela presença, mesmo que se tenha vivido tanto tempo sem.
Como continuar quando tudo acaba? A força de levantar e continuar pode até existir, mas onde encontrar a motivação para deixar de lado a saudade e a dor? O olhar fica perdido entre o passado e o futuro, novos juramentos são feitos: o de esquecer, o de aceitar. Mais uma vez o coração protesta em meio a sua dor, afinal ele não quer novos juramentos, mas os faz. Cumprir ou não, já não é importante.
O tempo passa, e como passa. As dores não somem, não tem como sumirem, assim como as lembranças aparecem a todos os momentos. A mente vem como tudo começou, até mesmo o momento exato em que tudo se perdeu – quando o amor falou mais alto e a razão desapareceu.
O conto de fadas recheado de suas personagens: príncipe, princesa, bruxas e seres mágicos. Tudo vivendo em perfeita harmonia, na sua gangorra de emoções, dando o sabor que a vida deve ter. Uma história de perfeição, e talvez por culpa dela tudo tenha encontrado um fim. Não existem contos de fadas, provavelmente também não exista amor.
No momento em que cada coração faz esse balanço, cada um se pergunta se teve culpa ou o que deu errado. O que deu errado? Qual foi o meu erro? A tendência obscura de culpar-se pelo fim. As lágrimas que a tanto tempo haviam sido suprimidas, mais uma vez, voltam aparecer e revelam aquele desespero que estava sendo disfarçado com sorrisos e uma falsa paz.
Acabou. Assim poderiam acabar todas as histórias – os romances -, porque deveria ser obrigado acabar para ambas as partes. Não, a vida não é simples nem mesmo gentil, ela prefere que sempre acabe para um. Apenas um não ama mais, apenas um foi capaz de continuar seu caminho e apenas um foi capaz de esquecer.
Esquecer é o desejo de todos que amam e já não tem mais o seu amor. Engana-se quem pensa que o desejo é esquecer a pessoa amada, ninguém consegue desejar isso. No mais intimo de quem sofre, a maior ambição é esquecer a dor, mas nunca quem a provocou.

quarta-feira, junho 10, 2009

- dia novo

" Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

Chuva.Mais um longo, frio e molhado dia de chuva. Por algum motivo, talvez obvio, ela lembre as lágrimas de uma pessoa angustiada. O faz pensar: quem inventou a teoria de que chorar alivia a alma? O coração joga um peso para o lado externo, mas em compensação, a cabeça ganha uma amarga dor.
Talvez seja justo dizer que quando finalmente deixa-se o sentimento chegar aos olhos, o drama emocional passa a ser racional. Sim, daí partem as teorias de que chorar alivia e dá clareza para pensar e decidir.
Cenas melancólicas, geralmente, são compostas de muitas lágrimas e chuva. Um dia mais frio e úmido faz proliferar as dores da alma, que todos fazem tanta questão de esconder. Olhar perdido, pensamento ordenado (sim, porque quanto maior a dor, mais concentrado tornam-se os pensamentos) e as tão famosas lágrimas.
Nesses momentos tristes ninguém parece lembrar da infância, quando uma tarde de chuva era motivo de alegria. Crianças correndo e pisando em poças, e a água de seus rostos sendo exclusivamente as que vinham do céu. Quando crescem, raramente – para não dizer nunca -, dão-se ao prazer de repetir as brincadeiras. Tudo fica preso a sentimentos ruins, é a tristeza que manda no ser.
Chuva.
Mais um longo, frio e molhado dia de chuva. Com uma novidade: sem lágrimas.
Teu Segredo
Flores envenenadas na jarra. Roxas azuis, encarnadas, atapetam o ar. Que riqueza de hospital. Nunca vi mais belas e mais perigosas. É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.
Clarice Lispector

segunda-feira, junho 08, 2009

- a vida é MINHA



Não importa o que aconteça...
A vida é minha,
eu faço o que eu quiser


Faça isso, faça aquilo

Perca peso, tenha estilo

Compre esse, prove aquele

Siga a moda, vote nele...


Não ponha palavras na minha cabeça

Pare de falar antes que eu enlouqueça

Não quero dar explicações, não vou mudar

Não importa o que aconteça...

A vida é minha, eu faço o que eu quiser

A vida é minha, eu faço o que eu quiser...


Cante essa, tenha medo

Fume outro, acorde cedo

tenha modos, fique mudo

Ame o mesmo, odeie tudo...


Querem que eu cale e obedeça

E depois de tudo ainda agradeça

Ser só alguém dizendo "sim"


Não ponha palavras na minha cabeça
Pare de falar antes que eu enlouqueça
Não quero dar explicações, não vou mudar
Não importa o que aconteça...
A vida é minha, eu faço o que eu quiser
A vida é minha, eu faço o que eu quiser...

domingo, junho 07, 2009

- decidir e aceitar

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem
de chuvas tempestivas nem
de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o
escuro da noite.

Lembro-me de quando tudo era bonito e fácil. No mais intimo do ser, um sentimento de medo pulsa imperceptível diante aquela beleza e felicidade. Mas a vida cobra, e cobra caro.

As pessoas têm a irritante mania de culpar os outros por suas fraquezas e escolhas, assim como sempre preferem fugir de um ‘destino’ evidente. Nada que acontece é culpa do outro, cada um é responsável sobre o que lhe acontece. Um fato, isolado, jamais teria a capacidade de ser responsável por danos irreparáveis.

Anos vão se passando, e não há quem deixe de lutar pra se erguer. Quando não faz por si mesmo, faz-se pelos que ama. Entretanto, para algumas pessoas, a luta parece não surtir efeito. O problema não está no mundo, está dentro de cada um, uma praga que se apodera de um ser.

A incompreensão é normal, quem aceita a derrota? Nesses momentos sentimentos que não existem são ditos, promessas são feitas, mas nada é eficaz. A desistência só ocorre quando a estafe acontece, apenas quando as razões de persistência se vão. Não há amores – falsos, principalmente – amizades, planos ou carinhos que possam concorrer com a dor e a morte psicológica.

Aceitar. Por mais difícil que seja, opiniões devem ser respeitadas, afinal ninguém pode sentir o peso que o outro sente.

"Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja." Clarice Lispector

 
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