sábado, agosto 01, 2009

- dias melhores;

"Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores..
Melhores.. melhores
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo"
Chuvas constantes deixam o céu negro, o clima frio - tudo, absolutamente tudo começa aparecer funesto. Pior acontece quando dias se arrastam, quando a chuva não tem fim - a garoa é persistente, assim como a sensação de esmagamento do coração. Embora dramático, é tudo tão sutil, que pode passar despercebido. Quantas pessoas notam a diferença de humor do inverno para o verão?
Ah, sim, as pesquisas. Adoram padronizar comportamentos que não podem ser padronizados, mas sim, elas dizem que no inverno as pessoas têm mais mau humor. Que seja. Creio que ninguém, ninguém olha pela janela, veja a chuva, e prefira "fechar a cara".
Embora, pensando bem na população de hoje, não me estranhe muito. Foi-se o tempo em que sempre se buscasse o melhor, independente do tempo ou da circunstancia. Antigamente as dificuldades serviam de estimulo, não de barreira. Eu me lembro de ouvir meu avô contar de suas dificuldades para conseguir as coisas para a fazendo, lembro de minha mãe me contar de quantas horas ela – e os irmãos – caminhavam para conseguir ir à escola e há tanto exemplos dentro da família de cada um, que fica impossível alguém não conhecer uma história dessas.
Hoje, pelo que parece, o único contato que parece que essa geração tem – com a superação – é quando aparece na mídia. São sempre os 5 minutos de fama do Fantástico: o momento de drama que comove a nação; a tensão que faz todos louvarem a coragem da pessoa, e por vezes, até pararem para pensar na própria vida. Tudo superficial, banal. Como se tal feito não pudesse ser repetido por todos.
Criar cinco filhos sozinha, devolver uma maleta recheada de dinheiro, conseguir manter o bom humor (mesmo com duas semanas de chuva) – coisas louváveis? Sim, mas que deveriam ser banais. Uma pratica comum de todos, porque cada um devia ter dentro de si a idéia de buscar o seu melhor – não apenas buscar, mas conseguir. Com a ferocidade de um empresário – que vai até a sua última gota de suor – aliado com a humanidade de um sociólogo – que jamais esquece que ao seu redor existem pessoas, e elas devem ser respeitas.
Ainda espero, o dia que vamos brigar para sermos melhores. Quando nossa primeira atitude vai ser buscar, e não reclamar. O dia que vamos buscar o amor e a paz, ao invés de reclamar da insegurança e da desunião. Finalmente, eu aguardo... não, eu não aguardo. Eu sorrio quando abro minha cortina e vejo um dia chuvoso, porque penso em todo o solo que necessita dessa água (sim, eu ignoro que outro lugar precise da mesma, essas são as conseqüências de atitudes irresponsáveis do próprio mundo), e nesse sorriso coloco minha esperança. A minha esperança de que mais alguém consiga ver o belo, em troca do seu sentimento sinistro.

 
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