domingo, outubro 11, 2009

- insegurança;

(Wake me up) Wake me up inside
(I can't wake up) Wake me up inside
(Save me) Call my name and save me from the dark
(Wake me up) Bid my blood to run
(I can't wake up) Before I come undone
(Save me) Save me from the nothing I've become

Algumas pessoas sofrem de um mal absurdo: o medo da felicidade. Digo absurdo, porque entendo que todos a queiram – mesmo que no fundo eu discorde – e mesmo assim reconheço que algumas fujam dela com todo o empenho que uma alma possa produzir. Nem bem a conquistam, e já a consideram um inimigo forte demais, e desistem.

Não é o próprio medo da felicidade, mas de vê-la partir, mais uma vez. Aquela apreensão de notar o sofrimento tão perto, que é preferível sofrer por ter que suprimi-la do que ter de vê-la partir. A dor da perda, da partida, do fim. Simplesmente fantasias, criadas por um medo antigo, a própria insegurança, a incapacidade de se ver digno de tal felicidade. Talvez realmente sejam absurdos de um coração sofrido, ou então o entendimento daquela realidade. Como diferenciar uma insegurança de uma intuição? Queria poder chegar uma resposta, a algo que realmente delimitasse a linha tênue que as separam.

Uma luta ferrenha entre id e o superego, e o pobre do ego fica sem saber para que lado pender. Uma explicação psicanalista que não consegue transpor qualquer qualidade, porque a ciência passa longe de conseguir explicar sentimentos. É isso que eu devia entender, e por assim dizer, aceitar? Uma luta dentro da mente, o instinto contra o que eu recebi da vida? É tão simples assim explicar um comportamento humano, alias, um sentimento humano? Porque se essa é a resposta, Freud poderia ter dito também como resolvê-la, explicar onde está o problema. É, mas ele respondeu, de uma forma estúpida, mas respondeu.

Infelizmente o psiquiatra não está aqui para dizer o rumo a seguir. Mais uma vez só o reflexo no espelho terá alguma condição de lhe dizer o que fazer, uma escolha solitária. Poderia até dizer que a dúvida é o medo de provocar o sofrimento alheio, e não o pessoal. Mas até onde isso é verdade? Não, o mais correto seria perguntar o que veio primeiro: o medo pessoal de sofrimento ou de causá-lo em alguém? Se ainda fosse qualquer pessoa, a preocupação seria menor, mas e quando é a pessoa que mais se tem interesse em tornar feliz?

Perguntas demais, para poucas respostas. Medos demais para algo que deveria causar justamente o oposto, que teria que trazer a paz em seu sentido mais pleno. Ainda mais crítico quando se pensa que o problema não está nos outros, mas em você mesmo, pois é em você que cada uma dessas fantasias começam e nunca encontram um fim. Barreiras gigantescas que você cria para proteção, mas percebe que as criou justamente como teste: uma prova de que a alguém terá a capacidade de derrubá-las. Enquanto elas permanecem tão sólidas, a tal insegurança e incapacidade de felicidade perduram, irredutíveis.

A questão é que ninguém tem como obrigação cumprir percursos criados por outros, atitudes assim passam longe da justiça. Como você pode cobrar de outro algo tão absurdo? Como é que se destroem tudo aquilo que foi erguido com tanto cuidado, justamente para evitar novos sofrimentos?

Medos, inseguranças e barreiras que ficam sem respostas. Coisas que levam a um sofrimento sem tamanho, algumas vezes calados, que tendem a levar ao fim de algo que tanto se quis. Coisas que não se cobra, mas que também não se supera. Um ciclo, aparentemente, sem fim. Algo que eu ainda procuro respostas, soluções.

 
Powered by Blogger