
Mais uma vez ela olhava para o
céu, distraída em pensamentos, ainda que não estivesse pensando em nada. Não
era uma contemplação, se alguém perguntasse se existia alguma estrela no céu
aquela noite, não saberia dizer. Observava o vazio, em silêncio, sem medo de
ser questionada pelo que fazia – e se fosse, diria apenas que estava admirando
as estrelas.
Talvez não existisse céu, e o que
ela olhava era apenas o seu reflexo. Vazio. Poderiam existir nuvens que
caminhassem docemente pela sua vastidão, estrelas que prediziam um dia de Sol
ou até mesmo silenciosos relâmpagos, quebrando a calmaria noturna. Entretanto só
conseguia se concentrar...